Não dá para solucionar a
questão da criminalidade nas ruas, enquanto a corrupção estiver enraizada nos
governos!
Nos últimos tempos, o que se tem visto nos
noticiários de jornais e TV, além do aumento da violência e da criminalidade de
uma maneira geral, é a forma como os delinquentes têm se apresentado e
respondido aos titulares das delegacias de polícia. Durante o interrogatório,
parece que estão falando de igual para igual, sem levar em consideração que se
trata de uma acareação para registro no Boletim de Ocorrências. O infrator
responde, audaciosamente, com a certeza de que o crime compensa, pois logo
estará nas ruas praticando novos delitos. A certeza da impunidade ou de uma
punição tipo piada é o combustível da criminalidade nas ruas, na qual o país
está totalmente mergulhado, e não se consegue vislumbrar uma solução em curto
prazo, pelo menos. Dois fatos recentes são dignos de menção. 
O primeiro aconteceu no dia 21, em Juiz de
Fora-MG, quando uma mulher de 28 anos (filha de um ex-prefeito) foi presa
dentro de um salão de beleza, no Centro da cidade. Motivo da prisão:
estelionatos praticados pela internet. Ela teria anunciado imóveis localizados
em cidades litorâneas, com fotos de casas de outros sites, recebia o dinheiro
do aluguel pela temporada, mas, quando os clientes, cuja maior parte era do Rio
de Janeiro, chegavam ao destino escolhido, descobriam que o imóvel não existia.
Na delegacia de polícia, relatou, sem o menor pudor: "Lucrei muito e vivi
muito. Tudo que eu ‘pagar’ agora valeu à pena. Fiquei nos melhores hotéis,
viajei, e fiz tudo com o dinheiro disso aí." Segundo o depoimento, ela
iniciou os golpes em 2009, após ver na televisão uma reportagem sobre esse tipo
de estelionato e que, desde então, teria lucrado "uns R$ 50 mil". 
O segundo fato que chama muito a atenção
ocorreu no dia 23, em Cabo Frio-RJ, onde um homem de  27 anos não se importou com prisão e
debochou, ao sair do carro da PM, enquanto estava sendo filmado. Ele sorriu
bastante e ficou feliz pensando estar famoso: “Galã”, disse ele. “O
comportamento dele é um comportamento que a gente pode chamar até de bizarro,
que não é comum um indivíduo ser preso e ficar rindo da própria prisão”,
afirmou o comandante do 25º BPM. Motivo da prisão: assalto à loja de roupas.
''Eu tomei um susto na hora. Ele chegou todo simpático e disse que queria ver
camisas. Depois tirou a arma e anunciou o assalto. Antes de ir embora ele disse
que não tinha medo das câmeras e que se alguém tinha algo a perder, esse alguém
era eu'', disse a proprietária que preferiu não se identificar. As câmaras
filmaram toda ação do bandido, que logo foi preso. 
São apenas dois casos
ocorridos neste mês, que demonstram o quanto a sociedade está exposta aos
malfeitores. A banalização da criminalidade nas ruas, e dos crimes de corrupção
dentro dos governos, cresce assustadoramente. Principalmente nos três últimos governos,
os quais ficaram registrados na histórica política do Brasil como sendo o
período em que ocorreu o maior número de quadrilhas sendo investigadas por
desvios de recursos públicos. A corrupção envolve todas as esferas de poder
dentro do governo, inclusive no meio dos próprios policiais. Querer buscar uma
explicação para os dois fatos acima, não poderia deixar de lado as
considerações a respeito do julgamento do mensalão, no qual os réus receberam
as condenações com ar de deboche e afronta ao STF, inclusive gesticulando, ao
alto, com o punho esquerdo cerrado ao serem encaminhados ao presídio da
Papuda-DF. São exemplos que não deveriam ser seguidos, entretanto, o que se vê
é justamente o contrário. E dessa forma quem sofre é o país e a sociedade do
bem. 
Celso Pereira Lara    
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