Radar, lombada, drone
e TruSpeed são algumas criatividades da engenharia eletrônica a serviço da
sociedade e do aumento na arrecadação.
Há os que são
favoráveis e os que são contra os marcadores de velocidade nas ruas e rodovias.
Há também os que preferem que essas multas tenham seus valores bem elevados, mas
uma coisa é certa: sensores não impedem que motoristas bêbados ou
irresponsáveis dirijam no trânsito, nem evitam acidentes com vítimas fatais.
Com o aumento do número
de pessoas habilitadas a dirigir e com a facilidade de financiamento nas vendas
e revendas de carros, a circulação de veículos aumentou consideravelmente nos grandes
centros urbanos. Prova disso é que observamos diariamente os engarrafamentos no
trânsito e a superlotação nos estacionamentos de rua e garagem. A própria
expansão da frota de veículos é fator de incremento nas estatísticas de
acidentes, e, nesse sentido, é lamentável que as colisões e mortes no trânsito
não sejam evitadas pelas criatividades eletrônicas.
Em sua grande maioria,
os que são favoráveis a esses radares não possuem carro e sabem pouco das
dificuldades para dirigir no trânsito caótico. E, logo que acontece um
acidente, apontam que o veículo estava em alta velocidade, que o motorista é um
irresponsável ou que haveria a necessidade de se colocar um sensor naquela
área. E falam também em aumentar os valores das multas, porque somente assim iria
“doer no bolso” e as infrações diminuiriam. As propostas são diversas, mas os
acidentes são inevitáveis.
Mesmo sendo respeitador
das leis de trânsito, é quase impossível um motorista passar pelas rodovias
BR-040, RJ-106 ou RJ-124 até Região dos Lagos, sem incorrer ao menos em uma
multa de radar, pois essas estradas asfaltadas mais parecem campo minado do que
rodovias de livre trânsito de veículos. Sem contar com a traiçoeira fiscalização
por radares móveis, que nada acrescenta para evitar sinistros ou resguardar a
vida dos motoristas. A PRF diz que o número de mortos e acidentes graves foram
menores em 12 anos no feriadão da Semana Santa. Em 4 dias, fizeram 35.077 autuações e 75.800
imagens capturadas pelos radares fotográficos por excesso de velocidade. Verifica-se
que, no feriadão, acidentes estiveram em baixa e multas estiveram em alta!
Contudo, subiu 26% o
número de infrações por beber e dirigir. Como prova da falta de consciência e
de responsabilidade, há motoristas que dirigem até com garrafa de bebida
etílica dentro do próprio veículo.  Esse
é o problema mais preocupante na trajetória das estatísticas de acidentes
graves. Quando se dirige com prudência, exceder a velocidade não significa que
o desastre vai acontecer, mas quando se trata de motorista alcoolizado ou drogado,
a possibilidade é muito grande.  
Atualmente, a evolução
da eletrônica embarcada na indústria automobilística - como controles de
estabilidade e tração, além de maior potência, velocidade e quantidade de
airbags -, está a permitir segurança cada vez maior ao condutor, enquanto as ruas
e rodovias não estão acompanhando o avanço dos recursos tecnológicos dos carros.
Paga-se muito caro pelos veículos modernos, IPVA e seguradora, entretanto, não
se tem a devida contrapartida para dirigir com tranquilidade, seja pela má
conservação asfáltica ou pela velocidade máxima permitida.
Não por acaso o próprio
governo federal acaba de lançar pacote para melhorar a infraestrutura e
segurança nas rodovias, e o presidente já havia determinado o imediato
cancelamento da instalação de 8.000 novos radares, considerando que a sua
existência não condiz com a finalidade a que se propõe naqueles trechos,
deixando transparecer que se trata de arrecadação pecuniária maldosa. 
Celso Pereira Lara
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