Política pode não ser uma profissão, mas ela é a
ocupação mais bem paga, pelo menos aqui no Brasil.
Os políticos se divertem em seu local de trabalho, lutam
pela aprovação de matérias de seus interesses e ainda recebem remunerações
estratosféricas no final de cada mês, enquanto a população, meio que alienada e
escarnecida, fica anestesiada diante das sandices aprovadas no Congresso. Parece que
os eleitores já se acostumaram a ver as notícias do dia a dia no meio político,
mesmo sabendo que são acontecimentos dos quais eles discordam.  
E para movimentar um
pouco mais o espetáculo circense, adivinha quem se arrependeu de deixar a vida
pública? Ele mesmo, o Tiririca, que se dizia decepcionado com a política
brasileira e envergonhado com o que viu no período de seu mandato. Ele tentará
a reeleição pela terceira vez, e certamente será reeleito pelos seus fiéis
seguidores, pois eles sabem que pior do que está não fica! 
O que se vê muito nas redes sociais é uma campanha pela não
reeleição, ou reeleição zero, como alternativa de salvação para o país. Há
exceções, sim, como em todas as regras, todavia os escolhidos deverão atender a
critérios rigorosamente aplicados, como ficha limpa, atuação dinâmica, projetos
apresentados e os aprovados. Aqueles que apenas ficam se fazendo de moscas
mortas não merecem a reeleição. Tem que ser participativo, representante de
fato, lutar em benefício da população e do crescimento do país, acima de tudo.
Marcar presença, não basta! 
As eleições se aproximam e percebe-se o clima de medo que
envolve os parlamentares, mesmo porque eles sabem muito bem o que fizeram nos
últimos governos. Todos os malfeitos estão expostos na internet, com a imagem e
o nome dos autores, e tentar se apresentar com promessas de renovar a política
seria a pior das falácias até então produzidas. Os citados em escândalos
tentarão a todo custo desdizer as acusações, por meio de argumentação
falaciosa, para convencer o eleitorado mais uma vez. Aos eleitores, cabe o
exame de consciência na hora do voto! 
A movimentação desesperada em busca de alianças faz com que
os partidos desprezem seus propósitos, prevalecendo os interesses pela
reeleição dos candidatos, numa espécie de salve-se quem puder. A ideologia
partidária fica de lado, deixando o eleitor confuso, mas o que importa mesmo é
seguir em blocão, com o velho bordão: juntos, somos mais fortes! São alianças
espúrias, anunciando o continuísmo dos governos, mas fingem vender ao povo a
ideia de renovação diante dos escândalos efervescentes. O que se espera mudar nessa
política, quando os atores são reeleitos?
É certo que muitos senadores tentarão concorrer à Câmara,
visando garantir o foro privilegiado e escapar da condenação por estarem
envolvidos em ilícitos. Na Câmara, muitos deputados mudaram de partido, sem se
importar com a fidelidade partidária, apenas para se esconderem numa sigla
menos visível, pois sabem que serão punidos pelos eleitores que acompanham as
notícias. Nesse mesmo trem, embarca a candidatura de Dilma ao Senado por Minas
Gerais, e dessa forma Dilma estará fazendo jus à parte boa do seu impeachment.
Juntos e misturados, esses candidatos sabem muito bem que somente a reeleição
poderá salvá-los da condenação feita pelo povo esclarecido e pela justiça
brasileira! 
No período eleitoral 2018, as propagandas políticas terão o
momento mais cômico da nossa história, onde os candidatos cinicamente
apresentarão suas mesmas propostas, como se fossem novidades e como se nada
tivesse acontecido durante o seu mandato. A politicagem cria regras para
garantir mandatos sucessivos e, dessa forma, acobertar políticos desonestos.
Celso Pereira Lara
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