quarta-feira, 25 de julho de 2018

sexta-feira, 20 de julho de 2018

520-A politicagem

Política pode não ser uma profissão, mas ela é a ocupação mais bem paga, pelo menos aqui no Brasil.

Os políticos se divertem em seu local de trabalho, lutam pela aprovação de matérias de seus interesses e ainda recebem remunerações estratosféricas no final de cada mês, enquanto a população, meio que alienada e escarnecida, fica anestesiada diante das sandices aprovadas no Congresso. Parece que os eleitores já se acostumaram a ver as notícias do dia a dia no meio político, mesmo sabendo que são acontecimentos dos quais eles discordam.  

E para movimentar um pouco mais o espetáculo circense, adivinha quem se arrependeu de deixar a vida pública? Ele mesmo, o Tiririca, que se dizia decepcionado com a política brasileira e envergonhado com o que viu no período de seu mandato. Ele tentará a reeleição pela terceira vez, e certamente será reeleito pelos seus fiéis seguidores, pois eles sabem que pior do que está não fica!

O que se vê muito nas redes sociais é uma campanha pela não reeleição, ou reeleição zero, como alternativa de salvação para o país. Há exceções, sim, como em todas as regras, todavia os escolhidos deverão atender a critérios rigorosamente aplicados, como ficha limpa, atuação dinâmica, projetos apresentados e os aprovados. Aqueles que apenas ficam se fazendo de moscas mortas não merecem a reeleição. Tem que ser participativo, representante de fato, lutar em benefício da população e do crescimento do país, acima de tudo. Marcar presença, não basta!

As eleições se aproximam e percebe-se o clima de medo que envolve os parlamentares, mesmo porque eles sabem muito bem o que fizeram nos últimos governos. Todos os malfeitos estão expostos na internet, com a imagem e o nome dos autores, e tentar se apresentar com promessas de renovar a política seria a pior das falácias até então produzidas. Os citados em escândalos tentarão a todo custo desdizer as acusações, por meio de argumentação falaciosa, para convencer o eleitorado mais uma vez. Aos eleitores, cabe o exame de consciência na hora do voto!

A movimentação desesperada em busca de alianças faz com que os partidos desprezem seus propósitos, prevalecendo os interesses pela reeleição dos candidatos, numa espécie de salve-se quem puder. A ideologia partidária fica de lado, deixando o eleitor confuso, mas o que importa mesmo é seguir em blocão, com o velho bordão: juntos, somos mais fortes! São alianças espúrias, anunciando o continuísmo dos governos, mas fingem vender ao povo a ideia de renovação diante dos escândalos efervescentes. O que se espera mudar nessa política, quando os atores são reeleitos?

É certo que muitos senadores tentarão concorrer à Câmara, visando garantir o foro privilegiado e escapar da condenação por estarem envolvidos em ilícitos. Na Câmara, muitos deputados mudaram de partido, sem se importar com a fidelidade partidária, apenas para se esconderem numa sigla menos visível, pois sabem que serão punidos pelos eleitores que acompanham as notícias. Nesse mesmo trem, embarca a candidatura de Dilma ao Senado por Minas Gerais, e dessa forma Dilma estará fazendo jus à parte boa do seu impeachment. Juntos e misturados, esses candidatos sabem muito bem que somente a reeleição poderá salvá-los da condenação feita pelo povo esclarecido e pela justiça brasileira!

No período eleitoral 2018, as propagandas políticas terão o momento mais cômico da nossa história, onde os candidatos cinicamente apresentarão suas mesmas propostas, como se fossem novidades e como se nada tivesse acontecido durante o seu mandato. A politicagem cria regras para garantir mandatos sucessivos e, dessa forma, acobertar políticos desonestos.

Celso Pereira Lara

terça-feira, 10 de julho de 2018

519-Aparelhamento do Estado


A ocupação de cargos de confiança na administração pública é essencial para o Governo, porque quanto maior a quantidade de indicados maior a chance de levar adiante os projetos que não agradam ao povo.

As indicações políticas para o preenchimento de cargos públicos é coisa antiga e muito válida, quando se pretende governar a serviço da Nação e em benefício do povo. Dessa forma, a governabilidade se torna bem mais fácil, porque tudo segue na direção desejada. Mas quando a finalidade é desviada desses propósitos, e feita exclusivamente visando interesses próprios para se manterem no poder, os malfeitos logo aparecem e põem o país no caminho da ruína, onde os apadrinhados de plantão aproveitam-se da oportunidade para se locupletarem. Pelo menos é o que temos assistido durante os últimos governos!

As indicações feitas por presidentes são para provimento de cargos relevantes em todas as esferas de poder, principalmente no judiciário, de tal forma que em qualquer circunstância os indicados estejam de prontidão para intervir a favor do chefe da Nação. São verdadeiros guardiões da presidência da República, custe o que custar!

O recente caso em que um desembargador do TRF-4 - indicado por Dilma - atende o pedido de soltura do ex-presidente presidiário, feito por políticos petistas, é um exemplo típico de aparelhamento do Estado. Temos também a libertação do presidiário ex-ministro José Dirceu. A ex-presidente Dilma foi beneficiada com o fatiamento do impeachment, que a afastou do Governo, mas manteve os seus direitos políticos. São casos extremamente gritantes aos olhos da justiça, ao mesmo tempo que debocha da inteligência do povo brasileiro e deixa o país desacreditado pela opinião estrangeira.

As investidas pela soltura de políticos corruptos se devem justamente por causa das indicações feitas pelos ex-presidentes petistas, principalmente as indicações no STF onde os ministros são quase a maioria. A verdade é que Lula só está preso porque a competência para julgamento e condenação cabe ao TRF-4. O Supremo vem amargando a derrota de 6 votos a 5, desde 2016, ao manter a possibilidade de prisão a condenados por colegiado de 2ª instância. Tal fato incomoda Lula, Dilma e os demais petistas envolvidos na Lava Jato.

Apesar de tudo, o sonho petista está a ponto de se tornar realidade: ver na presidência do STF um ex-advogado do PT. Toffoli não é juiz, pois foi reprovado duas vezes em concurso, mas em 2009 foi indicado por Lula ao cargo de ministro do Supremo. Setembro já se aproxima trazendo muitas novidades, algumas até previsíveis, a partir do momento em que a Suprema Corte estiver sendo presidida por um ministro petista, o mesmo que compõe a 2ª Turma da Corte, a qual decidiu pela soltura de José Dirceu. Espera-se que surjam fatos novos em favor de um condenado, que certamente deixarão o povo no ápice de sua indignação com essa justiça que a cada dia se revela mais tendenciosa.

Mas, afinal, por que essa luta incessante pela soltura de Lula, se ele nada fez durante os 8 anos em que esteve no comando do Governo, a não ser contribuir para o avanço da destruição do Brasil?

Já estamos cansados de ficar assistindo a factoides criados pela magistratura brasileira. São artifícios apelativos, sem o caráter convincente, que apenas denotam submissão, ao menos ideológica, aos presidiários petistas. Magistrados plantonistas arriscam tudo pela liberdade de um condenado e preso, ainda que pelas vias da contramão da Constituição, e isso é muito grave! As previsões quanto à soltura de Lula são muitas e, caso se confirmem, as consequências podem não ser nada boas, indicando que o estado democrático de direito estará em risco.

Celso Pereira Lara