Uma reforma mais
podre do que carne encontrada em frigorífico vem carregada de ácido ascórbico e
cabeça de porco para ser reaproveitada. Que papelão!
Temer recua da proposta de reforma da Previdência que já
começou toda errada e injusta: servidores estaduais e municipais ficarão de
fora! E os políticos, também! E as dívidas, perdoadas!
Estão avacalhando a reforma da Previdência, e o seu déficit
é comprovadamente uma farsa. Uma reforma justa tem de valer para todos os
brasileiros. Depois, estados e municípios ficarão sem dinheiro para pagar
salários e pensões do funcionalismo, todos ficarão revoltados e vão pedir ajuda
ao governo federal. Cria-se um problema para os próximos governos, e os
governadores dos estados terão que se humilhar em Brasília de pires nas mãos,
uma submissão ao Presidente da República. Somente servidores federais e trabalhadores
da iniciativa privada serão penalizados, pagarão o pato. Uma carnificina
seletiva! Isso faz parte da estratégica política de governo, para dividir o
funcionalismo numa greve geral da categoria e evitar que desestabilize o
governo. 
A partir do governo FHC, essa reforma virou a menina dos
olhos dos poderosos da economia. Eles são os primeiros a impor ao governo as
condições de governabilidade, ressuscitando as reformas que em nada favorecem
ao trabalhador. Primeiro, fala-se em reforma da Previdência, depois em reforma
Trabalhista, e por último em reforma Fiscal. Mas esta última fica sempre para o
próximo governo, porque vai atingir o setor produtivo, justamente a cota de
sacrifício que seria dada pelos poderosos. Além do que a carga de impostos já
está num limite insuportável, assim como o modelo de Previdência oferecido pelo
governo aos trabalhadores. 
A queda de braço entre governo e servidores públicos deixa
de fora os políticos, classe que tem um peso significativo nas despesas
previdenciárias. Eles não fazem parte dessa luta porque a reforma não contempla
a sua classe. Mas eles são considerados funcionários públicos! E por não
estarem incluídos, eles são favoráveis a que se aprovem essa reforma o mais
rápido possível, enquanto os servidores públicos federais, concursados, travam
uma luta sem a menor condição de obter alguma forma de diminuir os prejuízos
futuros. Praticamente uma luta em vão!   
O governo insiste que a Previdência Social é deficitária,
quando na realidade ela nunca foi. Várias entidades representativas dos
servidores federais têm se mostrado contra a falácia do rombo, e a Associação
Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip) chegou a lançar
cartilha esclarecendo detalhes sobre o tema. 
O assunto não se esgota porque o governo sofre pressão de políticos, de
empresários e da mídia. Colocam em pauta alegando tratar-se de uma das prioridades,
enquanto o governo impõe no Congresso o uso de moedas de troca com os
parlamentares. Um indecente balcão de negócios! 
Se essa reforma for aprovada do jeito que está, vai faltar muito
pouco para o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. Chegará o
momento em que o trabalhador vai ter que pagar à Previdência para poder trabalhar,
sem direito a aposentadoria e sem direitos trabalhistas. Isso é o caminho para
o comunismo!   
Reforma da Previdência ignora 426 bilhões devidos por
empresas ao INSS. Os maiores devedores são os frigoríficos JBS e Marfrig,
Bradesco, Mendes Junior, Caixa, Correios e muitos outros poderosos que não são
empresas falidas coisa nenhuma, como divulga o governo. Por que, então, abrir
mão dessas dívidas e cobrir com os recursos do Tesouro? Então, por que não
cobrir também com os recursos do Tesouro o rombo que o governo alega ter na
Previdência, ao invés de mandar a conta para os trabalhadores? O Tesouro não
foi criado para cobrir rombo deixado pelas grandes empresas e bancos. Essa dívida
não pode ser repassada para aqueles que trabalham e pagam seus impostos. O
perdão para alguns é o sacrifício para muitos!
É preciso acabar com a tradição de o governo ficar
favorecendo poderosos e os próprios políticos, em detrimento dos trabalhadores.
Governo não é empresa privada! A reforma não sendo para todos, não serve para
ninguém! 
Temer, pegue essa reforma e vai perguntar ao Lula onde ela
deve ser enfiada! Vai lá, vai?
Celso Pereira Lara
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