quarta-feira, 22 de março de 2017

485-Reforma da Previdência - A carne podre!

 Uma reforma mais podre do que carne encontrada em frigorífico vem carregada de ácido ascórbico e cabeça de porco para ser reaproveitada. Que papelão!

Temer recua da proposta de reforma da Previdência que já começou toda errada e injusta: servidores estaduais e municipais ficarão de fora! E os políticos, também! E as dívidas, perdoadas!

Estão avacalhando a reforma da Previdência, e o seu déficit é comprovadamente uma farsa. Uma reforma justa tem de valer para todos os brasileiros. Depois, estados e municípios ficarão sem dinheiro para pagar salários e pensões do funcionalismo, todos ficarão revoltados e vão pedir ajuda ao governo federal. Cria-se um problema para os próximos governos, e os governadores dos estados terão que se humilhar em Brasília de pires nas mãos, uma submissão ao Presidente da República. Somente servidores federais e trabalhadores da iniciativa privada serão penalizados, pagarão o pato. Uma carnificina seletiva! Isso faz parte da estratégica política de governo, para dividir o funcionalismo numa greve geral da categoria e evitar que desestabilize o governo.

A partir do governo FHC, essa reforma virou a menina dos olhos dos poderosos da economia. Eles são os primeiros a impor ao governo as condições de governabilidade, ressuscitando as reformas que em nada favorecem ao trabalhador. Primeiro, fala-se em reforma da Previdência, depois em reforma Trabalhista, e por último em reforma Fiscal. Mas esta última fica sempre para o próximo governo, porque vai atingir o setor produtivo, justamente a cota de sacrifício que seria dada pelos poderosos. Além do que a carga de impostos já está num limite insuportável, assim como o modelo de Previdência oferecido pelo governo aos trabalhadores.

A queda de braço entre governo e servidores públicos deixa de fora os políticos, classe que tem um peso significativo nas despesas previdenciárias. Eles não fazem parte dessa luta porque a reforma não contempla a sua classe. Mas eles são considerados funcionários públicos! E por não estarem incluídos, eles são favoráveis a que se aprovem essa reforma o mais rápido possível, enquanto os servidores públicos federais, concursados, travam uma luta sem a menor condição de obter alguma forma de diminuir os prejuízos futuros. Praticamente uma luta em vão!   

O governo insiste que a Previdência Social é deficitária, quando na realidade ela nunca foi. Várias entidades representativas dos servidores federais têm se mostrado contra a falácia do rombo, e a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip) chegou a lançar cartilha esclarecendo detalhes sobre o tema.  O assunto não se esgota porque o governo sofre pressão de políticos, de empresários e da mídia. Colocam em pauta alegando tratar-se de uma das prioridades, enquanto o governo impõe no Congresso o uso de moedas de troca com os parlamentares. Um indecente balcão de negócios!

Se essa reforma for aprovada do jeito que está, vai faltar muito pouco para o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. Chegará o momento em que o trabalhador vai ter que pagar à Previdência para poder trabalhar, sem direito a aposentadoria e sem direitos trabalhistas. Isso é o caminho para o comunismo!   

Reforma da Previdência ignora 426 bilhões devidos por empresas ao INSS. Os maiores devedores são os frigoríficos JBS e Marfrig, Bradesco, Mendes Junior, Caixa, Correios e muitos outros poderosos que não são empresas falidas coisa nenhuma, como divulga o governo. Por que, então, abrir mão dessas dívidas e cobrir com os recursos do Tesouro? Então, por que não cobrir também com os recursos do Tesouro o rombo que o governo alega ter na Previdência, ao invés de mandar a conta para os trabalhadores? O Tesouro não foi criado para cobrir rombo deixado pelas grandes empresas e bancos. Essa dívida não pode ser repassada para aqueles que trabalham e pagam seus impostos. O perdão para alguns é o sacrifício para muitos!

É preciso acabar com a tradição de o governo ficar favorecendo poderosos e os próprios políticos, em detrimento dos trabalhadores. Governo não é empresa privada! A reforma não sendo para todos, não serve para ninguém! 

Temer, pegue essa reforma e vai perguntar ao Lula onde ela deve ser enfiada! Vai lá, vai?


Celso Pereira Lara

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