As injustiças praticadas contra os trabalhadores parecem não
ter fim
A Previdência
Social é o seguro social para a pessoa que contribui. É uma instituição pública
que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados, como
aposentadoria por tempo de contribuição. Entretanto, os governos federais
adquiriram uma grande capacidade inventiva nos últimos 19 anos! A cada mandato,
alegam que os recursos financeiros da Previdência não são suficientes para atender
às aposentadorias, e por conta disso criaram mecanismos de usurpação dos
direitos dos trabalhadores. Primeiramente, ocorreu no governo do PSDB; em
seguida, justo no governo do Partido dos Trabalhadores. Haveria, mesmo, o
famoso rombo nas contas da Previdência, causado pelas aposentadorias? Não seria,
por acaso, má gestão dos recursos? Os dados do IBGE revelam um pequeno
crescimento da taxa que mede a esperança de vida ao nascer no Brasil. É com
base nesses dados que o Ministério da Previdência Social (MPS) determina o
fator previdenciário para o cálculo das aposentadorias. Ao aumentar a
expectativa de vida, menor é o valor do benefício, pois maior é o desconto do
fator previdenciário. Assim, o aposentado é penalizado de várias formas: ao se
aposentar pelos grandes redutores de salário e ao longo de sua vida, pois em
poucos anos o valor recebido inicialmente chega a ser reduzido à metade,
considerando que ao governo não interessa fazer as atualizações monetárias.
Esses cálculos perversos não deveriam acontecer, porque no momento da
aposentadoria, devido à idade avançada, o cidadão passa a depender muito mais
do seu reduzido salário para sobreviver. Para complicar, os serviços médicos
públicos não são suficientes para atender à população, por isso, os aposentados
se veem obrigados a recorrer a planos de saúde particulares que consomem grande
parte de seus salários, além das despesas com remédios. Por conta dessa
barbaridade matemática, surgiram milhares de planos previdenciários, com
ofertas mirabolantes, como se fossem a redenção dos injustiçados trabalhadores,
que no final das contas saem perdendo dinheiro, novamente. Melhor seria que efetuassem
depósitos em cadernetas de poupança, que também tiveram os seus rendimentos
minimizados pelas novas regras, em junho de 2012. Na realidade, não há para
onde correr, pois o trabalhador, que deveria se aposentar com dignidade, está
condenado a sofrer pelo próprio governo. 
Interessante notar que a reforma da Previdência, em que foi criado o fator
previdenciário e outras distorções, foi aprovada mediante compra de votos dos
parlamentares, conforme ficou comprovado no julgamento do mensalão. Ao admitir
que houve compra de votos, fica caracterizado que o processo teve um vício
formal. A anulação da reforma da previdência é, portanto, uma consequência
lógica da condenação dos réus. Negar a anulação da reforma da Previdência seria
corroborar os argumentos da defesa, de que se tratou de um julgamento político.
Nessa linha de entendimento, sindicatos e associações de servidores públicos
federais já estão questionando a validade da reforma. Mas, afinal, para que
serve a Previdência Social? O cálculo para os benefícios é bem rígido, mas a
gerência dos recursos da Previdência nem tanto! Em nome das estatísticas,
massacram-se os aposentados, friamente. 
Celso Pereira Lara
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