Democracia não condiz com governos tirânicos
"Na história
deste país, se a juventude lesse a biografia de Getúlio Vargas, de Juscelino
Kubitschek e outras biografias, provavelmente não iriam desprezar a política, e
muito menos a imprensa ia avacalhar a política como avacalha hoje. Não há
nenhum momento da história, em nenhum lugar do mundo, que a negação da política
tenha trazido algo melhor do que a política. O que aparece sempre quando se nega
a política é um grupo praticando, na verdade, a ditadura”, disse Lula em seu
discurso, ao elogiar Sarney, em final de outubro, segundo a Agência Brasil. Até
aqui, nada de novo no front. Não é de causar nenhum espanto, porque todos já o
conhecem muito bem pela fama de apedeuta e as frases de efeito são sempre as
mesmas. O ex-presidente teve, contudo, a petulância de dizer que a imprensa
brasileira atenta contra a democracia, ao avacalhar a política. Mas, afinal,
que política é essa do governo petista, tão envolvida em escândalos e
falcatruas, e tão avacalhada pela mídia? Ser democrático, para Lula, é permitir
assaltos aos cofres públicos e tentar passar despercebido; é maquiar as contas
públicas, na contabilidade criativa, para que no final do ano o Superávit seja
bem visto pelo FMI, fato este que logo foi descoberto e a credibilidade do país
foi reduzida pelos investidores estrangeiros. Avacalhar a política é chegar ao
total de 39 ministérios; é compor a base governista com 22 partidos; é comprar
votos de parlamentares no Congresso; é importar médicos cubanos, contrariando
as leis trabalhistas do Brasil, com o objetivo de socorrer financeiramente a
Cuba. Avacalhar a política é fazer propaganda do governo, em campanha
eleitoral, a dois anos das eleições presidenciais, nos palanques dos candidatos
petistas à Prefeitura; é um Chefe da Casa Civil ser condenado à prisão,
qualificado como Chefe do esquema no processo do mensalão. E, no momento em que
os petistas iam para o xadrez, saudaram os companheiros com os punhos esquerdos
erguidos e cerrados, num gestual antigo da Internacional Socialista,
organização mundial que luta pelas causas da esquerda na direção do comunismo.
Ao mesmo tempo, diziam-se vítimas de um julgamento político pelo STF, apesar de
ser um Tribunal quase totalmente aparelhado, com sete juízes indicados pelo
Ex-presidente e pela atual. Por acaso, aparelhar o STF não seria uma
avacalhação da pior espécie com a instituição que tem a função de servir como
guardião da Constituição Federal, e assim garantir a democracia? Avacalhar a
política é um ex-presidente dizer aos companheiros mensaleiros presos na Papuda:
“estamos juntos”. Que moral teria qualquer fanático pelo PT para dizer que a
imprensa avacalha a política, quando até o Ex-presidente da República Petista está
envolvido em ação de improbidade, movida pela Procuradoria e ainda em andamento?
Avacalhar, mesmo, em nome do poder, é fazer alianças espúrias com políticos
condenados por corrupção - um procurado pela Interpol;  outro,  por cassação de mandato (processo de  impeachment) -, confirmando assim que o
partido governista está corrompido até a alma. Avacalhar a democracia é ter
criado o Foro de São Paulo, juntamente com Fidel Castro, e ter participado de
todas as reuniões, até hoje, com o objetivo de implantar o comunismo nos países
da América Latina. Avacalhar a política é a Câmara dos Deputados não cassar os
mandatos dos políticos condenados à prisão pelo STF. Comprovadamente, no
Brasil, a democracia só serve como vitrine para esconder os verdadeiros
interesses escusos dos petistas. Diante desses mega-atentados à democracia, será
que o povo brasileiro ainda não percebeu que a imprensa tem se esforçado para
acabar com o direito democrático de os governantes se locupletarem à vontade?
Pelo que se sabe, o termo democracia se refere a um regime de governo em que os
cidadãos, por meio de representantes eleitos, tomam decisões importantes em
benefício de todos.  Entretanto, o pai do
PT parece ter uma visão deturpada acerca deste conceito. Tornaram-se públicas,
por exemplo, em novembro, as condenações de prisão dos mensaleiros e as prisões
preventivas de três fiscais suspeitos de corrupção na Prefeitura de São Paulo. “Nunca
antes na história deste país se prendeu tanto”. Agora, é o PT na Papuda! Dessa forma, não cabe
à imprensa a responsabilidade pela formação de uma imagem
negativa do poder público. No exercício de suas funções e fazendo uso da
liberdade de expressão, os meios de comunicação cumprem o seu papel
fundamental: o de levar informação aos cidadãos. Afinal, todos têm o direito de
tomar conhecimento do que se passa nas entranhas do poder, dos procedimentos de
seus governantes e da forma como administram os recursos públicos. Os cidadãos
são os fiscais das contas públicas, porque são, além de tudo, contribuintes dos
maiores impostos do mundo. Interessante é que no governo do PT foram muitas as
tentativas de enfraquecer para calar os meios de comunicação, porém, todas sem
sucesso. A imprensa, por exemplo, é uma área em que o aparelhamento não acontece
plenamente, porque os poucos jornais e revistas que ainda oferecem resistência
são muito fortes e jamais se deixarão dominar pelas ideologias petistas. Na
Argentina, a Corte Suprema de Justiça declarou, em outubro, a
constitucionalidade de quatro artigos da Lei de Mídia, medida que limita a
atuação das empresas de comunicação em todo o país e implementa uma
fiscalização do funcionamento dos canais de TV e estações de rádio. Vitória,
portanto, da presidente Cristina Kirchner, que aos poucos vai impondo a sua
tirania, de acordo com as suas convicções. Se Lula conseguisse, ao menos, esse
feito, já estaria meio caminho andado, porque, na realidade, o que ele
desejaria mesmo é o domínio total sobre a forma de jornalismo e a sua
divulgação. Apesar da evidente deterioração na política brasileira e dos
desvios de rumo da democracia, o governo petista, totalmente sem pudor,
possivelmente seria reeleito em 2014. Na Argentina, a democracia segue à moda
Cristina; no Brasil, a democracia segue à moda Lula. Então, cada país tem a
democracia avacalhada que merece! 
Celso Pereira Lara
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