Infelizmente a Garganta do Dilermando foi preterida pelo superdivulgado
Projeto de Revitalização da Avenida Barão do Rio Branco. O plano, desde a sua concepção, não previa a revitalização da avenida
na área da Garganta. Essa desconsideração
veio à tona em fins de 2011, por meio de notícias divulgadas em jornais e conforme
programa disponibilizado no site da prefeitura. E, a partir de 7 de julho, fica confirmado que as obras do novo sistema de iluminação
foram finalizadas.
O grande projeto, que nem começou pelo fim nem
terminou no começo, contemplou apenas a área central, que vai do Manoel Honório
ao Bom Pastor. A Garganta também
pertence ao Manoel Honório, por isso deveria receber o mesmo tratamento.
A
substituição de luminárias e o recapeamento asfáltico na Garganta só se
tornaram realidade devido à grande quantidade de publicações em jornais de
grande circulação desta cidade. Não
fosse assim, essas
intervenções não teriam acontecido, pois não constavam do projeto original. Até final de maio, as obras eram
direcionadas somente para a área central da Rio Branco.
Apesar de haver sido protocolada uma solicitação à prefeitura, no dia 4
de janeiro, e com envio de cópia ao Prefeito, dia 16, a colocação de postes de luz
na calçada oposta, no alto da Garganta, ainda assim não foi possível. E pela reportagem recente de jornal, o
que se depreende é que não mais haverá intervenção na Garganta nesse sentido,
durante esse final de administração, tendo em vista que o período é reservado
exclusivamente para dedicação intensa ao projeto de reeleição.
O curioso é que a Garganta é a própria Avenida Rio Branco, em seu
início, porque de fato a avenida começa no entroncamento com a Rua Paracatu. Por isso, a Garganta teria, por
coerência e por dever municipal, que fazer parte daquele Projeto e dos slogans “Uma nova Rio
Branco para uma nova Juiz de Fora” e “Nova iluminação para
aumentar a segurança”, e ficar tão bem maquiada quanto no centro da cidade.
Mesmo
com a substituição das luminárias, a iluminação na Garganta continua insuficiente,
representando metade, pois há postes de luz apenas de um lado.
O alto da Garganta merece o mesmo tipo de iluminação dispensada ao longo
da avenida, até porque se trata de um maravilhoso cartão-postal de Juiz de Fora
e é uma das principais portas de entrada da cidade. A colocação de postes de luz na calçada oposta certamente daria
significativa contribuição à segurança dos pedestres e motoristas durante a
noite, pois a iluminação local está com apenas 50%.
Se o Mergulhão mereceu
receber iluminação especial, a Garganta também merece, pois ambos encontravam-se
na mesma condição: abandono.
Por isso, o tratamento, no projeto, teria que
ser isonômico. Ao relegar a Garganta,
optou-se pelo caminho de uma economia mesquinha, se comparada ao tamanho do orçamento
da revitalização. Daí infere-se que os
slogans “Uma nova Rio Branco” e “Nova iluminação para aumentar a segurança” nasceram
de um projeto excludente.
Afinal, a
Garganta seria mesmo o patinho feio desta cidade?
Celso Pereira Lara
JF, 12julho 2012
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