quinta-feira, 24 de novembro de 2016

473-O que Temer tem a temer?

Não há mais dúvida, a pilantragem continua no poder. Políticos parecem alienígenas: em grupos, ora são abduzidos, ora surgem do nada!

O mal-estar causado pelo homem de confiança do presidente não se resume apenas em deixar quieto. A saída do ministro da Cultura teria sido uma simples demissão, não fosse a confirmação dele, em depoimento à PF, de que Temer o teria pressionado a encontrar uma 'saída' para liberar a obra onde Geddel possui um apartamento. E que o presidente teria dito "que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão". A partir de agora o país entra em estado de efervescência, e a governabilidade já está comprometida.

E o suposto causador da saída do ministro permanece no comando das articulações, sob as asas do Chefe de Governo. Um acolhimento nada favorável, pois enfraquece ainda mais a confiança depositada pelo povo. Esperança que se vai.

Primeiro, por ter dito que a prisão de Lula não seria bom para a estabilidade política. Agora, prefere ficar com Geddel, porque uma mudança na equipe de governo poderia prejudicar a votação de propostas de emenda constitucional. Será que é mesmo por causa disso? E assim ele vai levando o governo para o buraco. Temer preferiu escolher o quadrilhão ao invés de ser honesto com o povo! Temer é um frouxo, falta-lhe coragem nas decisões, e agora terá que assumir o ônus do desgaste causado por mais uma decisão errada. A instabilidade política que Temer tenta evitar já está acontecendo por causa das propostas das '10 medidas' e do 'abuso de autoridade'. A rua está de olho! Fica ligado, Presidente, pois paciência tem limite!

O Congresso parece um covil, onde todos tentam se proteger dos crimes que cometeram. Já viram saqueadores da Nação se reunirem para discutir medidas contra a corrupção? Pois é o que está ocorrendo e causando rebuliço no Congresso e na mídia. É pra lá de surreal. Anistiar condutas de corrupção é demonstrar desprezo pelos trabalhos da Lava-Jato, e colocar em risco a credibilidade do poder judiciário. É o pior tipo de decisão que se pode tomar no Parlamento. É legislar em causa própria, é defender todos os companheiros, considerando que a corrida desesperada dos parlamentares é pela aprovação do texto totalmente modificado, antes que a tão esperada delação vinda da Odebrecht comece a fisgar os grandes peixes e quase 200 peixinhos. Querem anistiar lavagem de dinheiro, e soltar presos da Lava-Jato e Mensalão, em nome do caixa 2 eleitoral. É o acordão para livrar a cara dos criminosos instalados no Congresso. Cumplicidade explícita.

Trata-se de apresentação de uma emenda 'salvação', com texto de autoria petista (PT sempre consegue ser ainda pior que os piores), em que todos ficariam isentos de punição, em todas as esferas, pelos crimes de caixa 2 eleitoral praticados até a data da publicação da nova lei. O emendão criminaliza a partir de agora e isenta quem cometeu aquele tipo penal. Se não entrar no texto, entra como emenda ou na marra, diriam os petistas!

O que se assiste neste momento é um verdadeiro escárnio, um espetáculo deprimente com o povo brasileiro. Um acordão de canalhas! Depois dos acontecimentos com o impeachment de Dilma, e com as recentes decisões de soltura dos corruptos pelos ministros do STF, a sem-vergonhice no Congresso ganhou força e os políticos da Casa são capazes de aprovar projetos que visivelmente em outras ocasiões nem seriam colocados em pauta. Uma afronta a todos os cidadãos de bem, a todos os eleitores. É a destruição da esperança da população. É o momento mais crítico e tenebroso da história da República do Brasil. O povo quer ver 'Faxina Geral' e um governo de verdade, não um quadrilhão no poder. O Brasil está sob o regime da ditadura da corrupção!

Como o presidente pretende pedir ao povo mais sacrifício, para recuperar o Brasil do estrago deixado pelo PT, se nada está sendo feito para acabar com o quadrilhão, inclusive contando com a participação de políticos do governo na apresentação e alteração de propostas nada favoráveis à democracia? Temer é cúmplice?

Dizer que a democracia está em risco é muito pouco, seria minimizar demais! É hora de o povo ir pras ruas, aos milhões, e invocar a última resistência de todas: Art. 142, da Constituição! Ou ficar refém ad eternum sob o comando de políticos sem moral, sem ética, sem espírito patriótico e sem escrúpulo. Manifestações de rua para eles não passam de grandes concentrações carnavalescas repletas de alegorias. Chega! É hora de o Congresso ser ocupado pelo povo.

Fora Renan! Fora Foro Privilegiado! Fora Projeto de Abuso de Autoridade! Pelas 10 medidas sem modificações! 


Celso Pereira Lara

terça-feira, 15 de novembro de 2016

472-Ocupações nada legítimas

Sem a sustentação dos partidos políticos as ocupações não existiriam.

As ocupações em escolas e universidades públicas não podem ser consideradas um movimento legítimo! Primeiro porque há que ser levado em consideração a quantidade de alunos que concordam com a decisão final de invadir seu próprio estabelecimento de ensino. Tal decisão teria que, obrigatoriamente, contar com a aprovação de mais da metade do total de estudantes de cada instituição. O que se tem visto é que o quórum nas assembleias não atinge nem de longe quantidade suficiente para uma deliberação por unanimidade. Não passam de 250 e muitos nem são alunos, decidindo pela maioria. Deduz-se que a maioria ausente é contrária a manifestações via ocupações. O direito de um por cento não pode prejudicar o direito de 99 por cento que querem estudar! Isso não seria autoritarismo?

Depois, se a ocupação é apartidária, o que a CUT está fazendo na UFMG? Tentam convencer a todos de que as ocupações não tem relação alguma com partidos políticos, mas os fatos e as imagens mostram o braço sindical do PT dando uma força para as ocupações. A narrativa da esquerda é que eles ocupam por uma melhor educação, mas a verdade é que eles ocupam para defender o socialismo e o PT que já estão em seus últimos dias de vida. As notícias mostram que sindicatos e políticos estão por trás das invasões: "Invasora de escola se enrola e acaba confessando que recebeu financiamento de sindicatos e dinheiro público. Sintro distribuiu até marmitex para os invasores".

Jovens invasores nem sabem explicar o porquê de sua participação nos movimentos! Dizem que é contra a PEC 55 e contra o Programa Escola sem Partido, mas não têm a menor noção dessas propostas. Alunos de uma universidade privada, com mensalidades superiores a R$ 2.000,00, protestam contra a PEC, que segundo eles retira os investimentos na educação, e chamam os seguranças de fascistas. Talvez fosse melhor ocupar as ruas e protestar contra lei de abuso de autoridade, que tem por objetivo silenciar de vez a Lava-Jato!

A ocupação é apartidária, por isso entendem que podem vandalizar as instituições de ensino: "Vocês pinta nóis pixa. Quero ver quem tem mais tinta!" Esse é o perfil dos estudantes. De acordo com o MPF, que pediu à Justiça a desocupação do Colégio Pedro-II e do campus da UFRRJ, além de ilegal, a ocupação expõe os estudantes a riscos como homicídio, lesão corporal e drogas.

O discurso da jovem de 16 anos que se mostrou favorável às invasões, e afirmou que elas fazem parte de um movimento sem partido político, não passou de uma farsa, pois a estudante está ligada ao PT, e seu nome aparece junto com outras lideranças que participaram de um debate dentro do partido. Da mesma forma, mesmo apoiados por partidos de extrema-esquerda, professores e estudantes invasores afirmam que se trata de um movimento apartidário. Então, onde estavam os movimentos estudantis – que não se valeram de ocupação –  quando Dilma cortou 10 bilhões na educação?

Os estudantes que hoje estão invadindo escolas nunca ocuparam sequer uma biblioteca. São mentes desocupadas! É justo que estudantes que não estudam prejudiquem mais de 200 mil inscritos no ENEM? Será que os jovens voluntários da revolução totalitária da extrema-esquerda não se dão conta de que estão sendo usados para atingir objetivos nada democráticos?

Celso Pereira Lara