Não há mais dúvida, a
pilantragem continua no poder. Políticos parecem alienígenas: em grupos, ora
são abduzidos, ora surgem do nada!
O
mal-estar causado pelo homem de confiança do presidente não se resume apenas em
deixar quieto. A saída do ministro da Cultura teria sido uma simples demissão, não
fosse a confirmação dele, em depoimento à PF, de que Temer o teria pressionado
a encontrar uma 'saída' para liberar a obra onde Geddel possui um apartamento.
E que o presidente teria dito "que a política tinha dessas coisas, esse
tipo de pressão". A partir de agora o país entra em estado de efervescência,
e a governabilidade já está comprometida. 
E o suposto
causador da saída do ministro permanece no comando das articulações, sob as
asas do Chefe de Governo. Um acolhimento nada favorável, pois enfraquece ainda
mais a confiança depositada pelo povo. Esperança que se vai.
Primeiro,
por ter dito que a prisão de Lula não seria bom para a estabilidade política.
Agora, prefere ficar com Geddel, porque uma mudança na equipe de governo
poderia prejudicar a votação de propostas de emenda constitucional. Será que é mesmo
por causa disso? E assim ele vai levando o governo para o buraco. Temer
preferiu escolher o quadrilhão ao invés de ser honesto com o povo! Temer é um
frouxo, falta-lhe coragem nas decisões, e agora terá que assumir o ônus do
desgaste causado por mais uma decisão errada. A instabilidade política que
Temer tenta evitar já está acontecendo por causa das propostas das '10 medidas'
e do 'abuso de autoridade'. A rua está de olho! Fica ligado, Presidente, pois
paciência tem limite! 
O
Congresso parece um covil, onde todos tentam se proteger dos crimes que
cometeram. Já viram saqueadores da Nação se reunirem para discutir medidas
contra a corrupção? Pois é o que está ocorrendo e causando rebuliço no
Congresso e na mídia. É pra lá de surreal. Anistiar condutas de corrupção é
demonstrar desprezo pelos trabalhos da Lava-Jato, e colocar em risco a credibilidade
do poder judiciário. É o pior tipo de decisão que se pode tomar no Parlamento.
É legislar em causa própria, é defender todos os companheiros, considerando que
a corrida desesperada dos parlamentares é pela aprovação do texto totalmente
modificado, antes que a tão esperada delação vinda da Odebrecht comece a fisgar
os grandes peixes e quase 200 peixinhos. Querem anistiar lavagem de dinheiro, e
soltar presos da Lava-Jato e Mensalão, em nome do caixa 2 eleitoral. É o
acordão para livrar a cara dos criminosos instalados no Congresso. Cumplicidade
explícita.
Trata-se
de apresentação de uma emenda 'salvação', com texto de autoria petista (PT
sempre consegue ser ainda pior que os piores), em que todos ficariam isentos de
punição, em todas as esferas, pelos crimes de caixa 2 eleitoral praticados até
a data da publicação da nova lei. O emendão criminaliza a partir de agora e
isenta quem cometeu aquele tipo penal. Se não entrar no texto, entra como
emenda ou na marra, diriam os petistas! 
O
que se assiste neste momento é um verdadeiro escárnio, um espetáculo deprimente
com o povo brasileiro. Um acordão de canalhas! Depois dos acontecimentos com o
impeachment de Dilma, e com as recentes decisões de soltura dos corruptos pelos
ministros do STF, a sem-vergonhice no Congresso ganhou força e os políticos da
Casa são capazes de aprovar projetos que visivelmente em outras ocasiões nem
seriam colocados em pauta. Uma afronta a todos os cidadãos de bem, a todos os
eleitores. É a destruição da esperança da população. É o momento mais crítico e
tenebroso da história da República do Brasil. O povo quer ver 'Faxina Geral' e
um governo de verdade, não um quadrilhão no poder. O Brasil está sob o regime
da ditadura da corrupção!
Como
o presidente pretende pedir ao povo mais sacrifício, para recuperar o Brasil do
estrago deixado pelo PT, se nada está sendo feito para acabar com o quadrilhão,
inclusive contando com a participação de políticos do governo na apresentação e
alteração de propostas nada favoráveis à democracia? Temer é cúmplice? 
Dizer
que a democracia está em risco é muito pouco, seria minimizar demais! É hora de
o povo ir pras ruas, aos milhões, e invocar a última resistência de todas: Art.
142, da Constituição! Ou ficar refém ad eternum sob o comando de políticos sem
moral, sem ética, sem espírito patriótico e sem escrúpulo. Manifestações de rua
para eles não passam de grandes concentrações carnavalescas repletas de
alegorias. Chega! É hora de o Congresso ser ocupado pelo povo. 
Fora
Renan! Fora Foro Privilegiado! Fora Projeto de Abuso de Autoridade! Pelas 10
medidas sem modificações!  
Celso Pereira Lara
