segunda-feira, 2 de novembro de 2015

433-Uma confissão ardilosa



 Crime eleitoral, crime de responsabilidade fiscal e crime de corrupção são alguns dos ingredientes prioritários que compõem o tempero usado na governança petista.

 Em política, um chute contra seria uma estratégia de poder. Assim considerando, reconhecer o erro não constitui uma virtude. Lula admite que Dilma e PT mentiram para ganhar eleição. Entretanto, não dá para explicar como os seguidores do lulopetismo ainda conseguem se mostrar defensores, se o próprio Lula (o deus do petismo e Guru de Dilma), através de sua declaração, em reunião do diretório nacional do PT, deixou claro que Dilma cometeu estelionato eleitoral, além de crime de responsabilidade fiscal apontado pelo TCU. Contudo, Lula só não declarou a sua cota de participação nos três governos anteriores!

O que Lula afirmou: "Tivemos um problema político sério, porque ganhamos a eleição com um discurso e depois das eleições tivemos que mudar o nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não ia fazer". Nesse caso, ele apenas confirma que o seu governo faz o que 'dizia que não ia fazer', mas não tocou na outra parte de grande valor ético e moral, que são as mentiras sustentadas durante os períodos eleitorais, e outras tantas que até hoje imperam as entrevistas e discursos proferidos no Brasil e no exterior. São evidentes e isso faz comprovar que o governo não governa para o povo, governa somente para sustentar o projeto de poder, seguindo fielmente os mandamentos do Foro de São Paulo. As mentiras fazem parte das promessas de campanha, em todos os palanques Brasil afora, desde a ascensão de Lula. Isso é fato.

Lula não faz declarações ingênuas, embora possa parecer à primeira vista. Faz tudo premeditado, maquiavelicamente. Ele não dá ponto sem nó e sabe conduzir perfeitamente o seu rebanho! Ao condenar os atos de Dilma, Lula revela a intenção de dar transparência ao PT, ainda que venha a complicar a defesa contra os crimes praticados pela presidente. Não passa, inclusive, de uma tentativa de resgate de seus eleitores ainda duvidosos. Contudo, o que se pretende também é passar ao povo a imagem de "sinceridade” e “humildade" do antigo Lula, com objetivos claros de blindar o PT nesse cenário de turbulências políticas, visando acima de tudo garantir pré-candidaturas petistas para 2016. Não à toa que tais depoimentos de Lula coincidem com o instante em que as investigações da Polícia Federal, através da Operação Zelotes, se aproximam dele, ao chegar em sua própria família. E principalmente porque o Coaf – órgão que cuida de identificar ocorrências relacionadas à lavagem de dinheiro - encontrou movimentações financeiras suspeitas em suas transações bancárias, e na de três ex-ministros petistas, no período de abril 2011 a maio 2015.

A presente conjuntura brasileira não exige apenas reformas políticas e medidas econômicas mágicas para fazer o país sair da crise e voltar à “normalidade”. Temos muitos complicadores como a rebeldia inflacionária dos preços, elevação sistemática de juros, lojas e fábricas fechando as portas da frente e dos fundos, desemprego em plena erupção, endividamento da população atingindo o nível morto, e isso sim é recessão. Não há, portanto, solução imediata, pelo menos enquanto o governo do PT estiver ocupando o Palácio do Planalto. A persistir esse governo, tudo só pode piorar, e é lógico que a situação ficará insustentável. Caos político e econômico tem limite, e já não há mais espaço para ficar estocando vento. O governo está sem credibilidade!

Lula reconhece, também, que hoje os partidos funcionam baseados em grupos de interesse. Mas, afinal, quem foi que formou a maior base aliada da história mundial, para garantir a governabilidade e a perpetuação no poder? Para que serviram 39 ministérios e milhares de cargos de confiança sem concurso? É justamente para isso que serve o regime de coalizão: toma lá, dá cá. E ele soube tirar um bom proveito, até então. Se neste momento a coalizão está desfeita, isso se deve exclusivamente a quem? Se o governo transformou-se num sapinho feio, a culpa é do próprio PT, sem dúvida.

O governo do PT cresceu com o populismo de pacotes eleitoreiros, - o mesmo populismo latino-americano que só tem levado os países ao desastre, como no caso da Venezuela - os quais empurraram a nação brasileira para o abismo, e agora os governistas querem enfiar no povo, goela abaixo, a CPMF, com a típica desculpa petista de que seria a salvação para os pobres. Ora, façam-me o favor! E o pior é que ainda presenciamos defensores ingênuos ou fanáticos do lulopetismo aplaudindo os atores de tudo isso a que assistimos, enquanto alguns opositores mais conscientes estão deixando de lado o convívio com suas famílias e expondo suas próprias vidas em defesa da verdadeira democracia, tentando afastar de vez a cleptocracia governamental que impera neste país em vários mandatos.

Como admitir que os seguidores do governo petista não estejam compactuando com tudo isso que vem sendo divulgado na mídia? Mas ainda está em tempo de eles saírem desse estado de profunda e prolongada inconsciência, e, por terem feito a defesa intransigente do petismo, quem sabe poderão reconhecer que foram traídos por todo esse período, e, uma vez libertados dessa ideologia retrógrada, fazer parte da luta por um Brasil melhor, reconquistando o orgulho de ser brasileiro e a esperança no futuro? Mas uma luta que seja sem paredão nem derramamento de sangue, apenas seguindo os preceitos estocados na Constituição desta República!

O estrago que foi feito ao país, possivelmente, atravessaria gerações de brasileiros até que tudo seja colocado nos eixos, mas daqui a algum tempo os atores do caos não mais estariam vivos. Teriam morrido com a consciência tranquila do dever cumprido, e, possivelmente, seriam sepultados em luxuosos jazigos feitos de granito e mármore de Carrara, em cujas lápides estariam sobrescritas, em ouro 18k, frases do tipo "Pai dos pobres", “Mãe do PAC” ou "Defensor da democracia". Mas essas despesas deveriam ser pagas pelo PT, lógico!

Celso Pereira Lara

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