quarta-feira, 20 de junho de 2018
domingo, 17 de junho de 2018
517- A Lava Jato e o STF
Políticos
não foram eleitos para se locupletarem. A sua missão é muito maior quando se
trata de governar o país!
A
corrupção no Brasil é coisa antiga, mas ela se tornou endêmica principalmente
nos últimos governos, e a causa disso estava na forma de combate-las e nas
decisões de condenação, cujos resultados eram um incentivo ao mundo do crime.
Afinal, malfeito na política valia a pena!
Nunca
na história do Brasil houve um sistema de combate à corrupção tão eficiente
quanto este que acaba de completar quatro anos de intensa atuação e
reconhecimento internacional: a operação Lava Jato. Ela conseguiu desmantelar uma
quadrilha de políticos criminosos instalados há anos no poder, condenar à
prisão muitos de seus membros, inclusive um ex-presidente da República. Dessa
forma, ela recebeu, através das redes sociais e das manifestações de rua, o apoio
explícito de grande parte da população indignada com a traição da classe
política.
Apesar
de tudo, muitas tentativas de enfraquecer a operação Lava Jato surgiram durante
esse período, todavia foram abrandadas ou rechaçadas pelo povo e pelos próprios
procuradores. Os ataques a ela aparecem de todas as formas, contribuindo assim
para minar a condição de trabalho das investigações, com o objetivo claro de
deixar criminosos livres e de o esquema voltar às atividades ilegais.
No
curso das investigações no âmbito da Lava Jato havia a necessidade de prisão
imediata de criminosos, quando se tratava de cometimentos de crimes com provas
robustas ou indubitáveis. O objetivo era evitar que os investigados cometessem
outra ilegalidade: sumir com as provas do crime.
A
recente decisão do STF de acabar com a condução coercitiva, que até então era
considerada constitucional, teve uma votação muito apertada (6x5) e dessa forma
a Lava Jato fica proibida de aplicar essa medida que era muito utilizada para
prosseguir com sucesso nas investigações.
A
prisão em segunda instância, que vinha fortalecendo as condenações feitas pelo
juiz Moro, está dando muito o que falar. Tanto é que os ministros do Supremo se
voltaram contra essa prisão, e o curioso é que o entendimento sobre o assunto
prevalece desde 2016, quando o próprio STF decidiu que a prisão do réu se daria
por condenação de segunda instância. Agora, os ministros se mostram defensores
da presunção de inocência, deixando subentender que a decisão final cabe
somente aos tribunais superiores.
A decisão
do STF sendo contrária à prisão em segunda instância poderia beneficiar não só
os envolvidos em crimes pela Lava Jato, como também levar a soltura de milhares
de presos em todos os estados do país. São condenados, encarcerados, que ainda
recorrem aos tribunais superiores e que ganhariam o direito de aguardar o
processo em liberdade, até que eventuais recursos sejam julgados pelo STJ.
O fato
novo é que o STF não rejeitou o pedido de habeas corpus contra a decisão do STJ,
o qual
havia negado pedido por unanimidade. Já está marcado, em regime de urgência,
o julgamento pela 2ª Turma da Corte, de mais um recurso do ex-presidente Lula,
e, ao que tudo indica, deve acontecer durante os jogos da Copa do Mundo. Lula
utilizou-se de todos os tipos de recurso, enquanto em liberdade e enquanto
preso. Se o pedido de liberdade feito pelos advogados de Lula for aceito, o ex-presidente poderá deixar a prisão e se
candidatar à eleição presidencial.
Celso Pereira Lara
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