Controlando a imprensa, comprando o legislativo e
dominando o judiciário, pode-se dizer que não resta mais nada a fazer. Esse é o
plano em andamento neste país.
Um observador mais
atento diria que o plano está quase completo. Isso porque o governo petista
está utilizando as mesmas táticas para implantar o socialismo bolivariano no
Brasil. Na América Latina, o principal financiador do projeto do Foro de São
Paulo, hoje, é sem dúvida o Brasil. Através do controle das empresas públicas,
como Petrobras e BNDES, em parceria com
empresários e banqueiros, recursos bilionários são desviados para a manutenção
do governo petista no poder e, principalmente, ajudar os países socialistas em
dificuldades, os mesmos que integram o Foro de São Paulo. 
Também através do
controle das instituições de poder, os atos do governo, que fazem parte do
projeto daquele Foro, são aprovados com bastante facilidade, tanto no Congresso
quanto no STF. Por outro lado, a dominação das instituições se presta a impedir
o prosseguimento de tudo aquilo que possa prejudicar os projetos do governo ou
colocar em risco a sua permanência no poder. 
A grande imprensa
também não escapou das garras petistas. Controlar os meios de comunicação é o principal
objetivo do petismo. É demais preocupante o que vem acontecendo com a liberdade
de expressão, seja na internet, nos jornais ou nas revistas. Na revista VEJA,
por exemplo, considerada de forte oposição - com reportagens de primeira mão e
verdadeiras -, dois jornalistas muito conceituados foram demitidos em menos de
um mês, pelo fato de que suas análises, política e econômica, estariam extrapolando
os limites da revista. Por isso, deveriam ter sido moderadas, a pedido não se
sabe de quem (de forças do governo, lógico). Caso similar aconteceu com a executiva
do Santander, que foi demitida e insultada por Lula, por alertar clientes sobre
piora na economia com a reeleição de Dilma. Foi demitida por cumprir seu papel
e dizer a verdade. Isso é democracia? Para ficar somente nesses dois exemplos!
Mesmo tendo perdido o
apoio popular, tanto a presidente quanto o ex-presidente e o PT, ainda assim
percebe-se o quanto é forte o poder que existe dentro da estrutura do governo.
Um exemplo recente é a constatação de que o relator da Comissão recomenda a
aprovação com ressalvas das contas de 2014, mesmo com as pedaladas condenadas
pelo TCU, por constituir crime de responsabilidade fiscal. Uma afronta aos
poderes da República. 
As raízes fincadas em
todos os setores de governança atingiram proporções e profundidades nunca
vistas na história da humanidade, e tudo isso já fazia parte da cartilha do
petismo, desde o primeiro mandato. Tanto é que as manifestações de desagrado,
nas ruas, parecem não incomodar a ninguém do Planalto e do Congresso, pelo
menos é o que se revela nítido. O povo esperneando e os políticos fazendo
ouvidos moucos. 
Os partidos de
esquerda, como PTB, PT, PSOL, PDT, PTB, PSTU, PPS, PSB, REDE, e as duas
legendas que se intitulam bastiões do comunismo no Brasil, PC do B e PCB, são
partes íntimas do PT, rezam, portanto, da mesma cartilha, respiram do mesmo
oxigênio e comem do mesmo prato. Enfim, formam um só corpo. 
Um governo que só
governa por meio de Medidas Provisórias não é um governo democrático.
Presidentes que enriquecem a própria família, enquanto afundam o país e deixam
o povo na miséria, não merecem o apoio do povo.
O Brasil está
caminhando em direção ao populismo autoritário, seguindo a tendência de uma parcela
da América Latina. Primeiramente, quebrando o setor privado, em seguida,
amordaçando a liberdade de expressão, e depois confundindo os direitos humanos.
Como forma de garantir o populismo autoritário, o petismo buscou conquistar o
apoio popular, através dos programas de distribuição de comida e dinheiro.
Aliás, são programas que, antes de assumir o poder, o PT os combatia
abertamente, por classificá-los de eleitoreiros.  A questão é que essa política não gera
riqueza ao país. A falácia de que a condição do pobre melhorou não dura muito
tempo, e logo vem à tona a dura realidade, mostrando que os beneficiários ainda
permanecem pobres, porque não terão boas opções de emprego com uma economia
desarrumada. Portanto, a ascensão social dessa classe é nula. Todavia, para os
governantes, manter a população na pobreza é interessante porque isso lhes
garante a sustentação política de que precisam. Assim, grande parte da
população brasileira está condenada a ser mantida na pobreza. O petismo é além
de tudo sustentado pela hipocrisia. 
O uso da democracia
para acabar com a democracia é uma estratégia adotada pelos populistas ligados
ao Foro. Tanto é que nos discursos presidenciais observa-se a repetição da
palavra democracia em cada parágrafo. Conduz-se o país com medidas antidemocráticas,
mas faz questão de dizer que a democracia está sendo fortalecida nesse governo.
E qualquer atitude tomada contra as medidas do governo faz com que surjam
frases do tipo "querem destruir a democracia" "é golpe" e
tantas outras. É a glorificação da falsa democracia. Entretanto, ultimamente,
tem surgido golpe atrás de golpe, por meio de Medidas Provisórias, mas todas
favorecendo o ideário do petismo, sem que o povo - por falta de informação ou
visão política - perceba que o domínio dos poderes do governo vem se
agigantando vertiginosamente. 
Estarrecidos,
assistimos a locomotiva Brasil se arrastando sem força para subir e sem freio a
caminho do abismo, e, nesse contexto, a oposição - pela falta de coragem para
enfrentar com mais energia ou porque prefere ficar em cima do muro assistindo o
desenrolar do impeachment que nunca chega -, certamente não sairá com a alma
imaculada na avaliação a ser feita pelo povo. 
Presenciamos um
processo de dominação já muito avançado e de difícil retorno. Muitos ainda não
percebem o caminho enviesado que o Brasil está seguindo. Talvez por acreditarem
ainda nas falsas promessas petistas de erradicar a fome e a miséria, entendem
que também vale a pena considerar as novas e falsas promessas, os crimes de
responsabilidade fiscal e o caos institucional, tudo em nome da causa.
Promessas que já se perderam de vista.
Celso Pereira Lara
Celso Pereira Lara

