Se
bebida fosse bom não haveria tanto desastre no trânsito.
Podemos afirmar que a
Lei Seca foi uma grande conquista da sociedade nos últimos tempos, embora os
índices de acidentes continuem alarmantes. 
Aprovada em junho de
2008, a Lei Seca deixava uma brecha que favorecia os infratores: o teste do
bafômetro. Bastava o condutor do veículo recusar o teste e ele não seria
autuado por dirigir embriagado. Por causa disso, a partir de dezembro de 2012,
a lei sofreu modificações radicais: determina outros meios, além do bafômetro,
para serem utilizados para provar embriaguez do motorista. O texto também prevê
aumento da multa para R$ 1.915,30, além de recolhimento da habilitação e
suspensão do direito de dirigir por 12 meses. E o mais importante é
que, de acordo com as necessidades, a norma poderá sofrer adaptações
e tornar-se mais rígida. Esse é o grande fator. 
Embora os
consumidores de bebidas alcoólicas, inconformados com essa proibição, continuem
a demonstrar que não se intimidam por nada, certamente eles só têm a perder,
caso sejam parados por uma blitz ou por um desastre. A mudança de comportamento
se faz necessária e os policiais da fiscalização no trânsito não estão para
brincadeira: aos infratores, a lei. Essa norma proibitiva apresenta dois
benefícios à sociedade: um, o de tentar corrigir a irresponsabilidade praticada
pelo motorista ao dirigir em estado de embriaguez; o outro, o de tentar conscientizar
o motorista e a população em geral, quanto aos efeitos do álcool. 
Como prova da falta
de consciência e de responsabilidade, há motoristas que dirigem até com
garrafas de bebidas etílicas dentro do próprio veículo. A relutância por parte
desses motoristas é natural, da mesma forma quando foi criada a obrigatoriedade
para o uso do cinto de segurança. No início, muitos contestaram, foram
multados, mas hoje em dia quase todos seguem a norma. A comparação é quanto ao
cumprimento da lei e os efeitos de sua conscientização. 
O que levou à criação
da Lei Seca foram os altos índices de acidentes provocados por motoristas embriagados.
Foram desastres horríveis, que carregaram em seu bojo muitas vidas inocentes. A
ocorrência desses casos aumenta nas datas festivas como  Ano Novo,
Carnaval, e até no Natal e na Semana Santa. 
Ao que parece, para
quem gosta mesmo de bebidas, tudo é motivo para comemoração. Se estiver fazendo
calor, vamos tomar uma geladinha. Se estiver fazendo frio, vamos tomar uma para
esquentar. Se o time de futebol venceu, vamos tomar uma; se perdeu, vamos tomar
duas. E assim bebe-se o ano inteiro, sem que se perceba. Há os que bebem pouco,
os que bebem muito e os que nada bebem. Quanto aos que não bebem, a qualidade
de vida deve ser bem melhor e por isso lutam para se manter com saúde. Os que
bebem pouco conhecem o seu limite. Os que bebem muito preferem assim e por isso
continuam a beber cada vez mais, sem limites, não admitindo que ninguém os faça
parar ou mudar de ideia. Talvez, neste momento, por petulância, estejam bebendo
e fazendo um brinde à Lei Seca. 
Celso Pereira Lara